Friday, October 19, 2007

POBREZA

TODOS OS DIAS






Dia Internacional para a erradicação da Pobreza
Portugal tem dois milhões de pobres

É um número que deveria envergonhar o País: de acordo com dados ontem divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a população residente em situação de risco de pobreza era de 19 por cento em 2005, ou seja, cerca de dois milhões dos residentes em Portugal eram pobres ou em vias de se tornarem pobres. Em comparação com o ano anterior, registou-se uma ligeira melhoria, tendo a taxa diminuído um por cento.

Segundo o Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, realizado em 2005, um quinto da população residente vivia em risco de pobreza. Este valor correspondia à proporção dos habitantes com rendimentos anuais por adulto inferiores a 4321 euros no ano anterior (cerca de 360 euros por mês), explica o INE, após as transferências sociais.

Os idosos com mais de 65 anos e os menores de 16 anos registavam as taxas de pobreza relativa mais elevadas: 28 e 23 por cento, respectivamente.

Em comparação com outros países europeus, a taxa de risco de pobreza apenas era superior na Lituânia e Polónia, com 21 por cento da população em risco. A média europeia cifrava-se nos 16 por cento.

De acordo com os dados do INE, a taxa de risco de pobreza mais elevada era de 42 por cento (idosos vivendo sós e famílias com dois adultos e três ou mais crianças dependentes).

A distribuição de rendimentos demonstrava as desigualdades que grassam pelo País: o rendimento dos 20 por cento da população mais rica era 6,9 vezes superior ao dos 20 por cento da população com menor rendimento. Ou seja, os dois milhões de residentes com menos posses obtinham apenas sete por cento do rendimento líquido das famílias, enquanto aos dois milhões de residentes com mais riqueza correspondia 45 por cento do total do rendimento das famílias.

NO DESEMPREGO

Dos 19 por cento de residentes em situação de risco de pobreza, doze por cento estava empregado, 29 por cento não tinham qualquer trabalho e 25 por cento apenas obtinham rendimentos da reforma.

Em relação ao regime de ocupação do alojamento, 17 por cento dos pobres eram proprietários ou moravam numa casa sem pagar, enquanto 29 por cento eram arrendatários.

As transferências sociais, indica o INE, permitiram reduzir a taxa de pobreza em sete por cento. Se apenas fossem considerados os rendimentos do trabalho, de capital e transferências privadas, 41 por cento da população residente em Portugal estaria em risco de pobreza em 2005 (cerca de 4,1 milhões de pessoas).

PENSÕES E SUBSÍDIOS AJUDAM

Os rendimentos de pensões de reforma e sobrevivência permitiram diminuir em 15 por cento os indivíduos em risco de pobreza. As transferências sociais – relacionadas com a doença e incapacidade, família, desemprego e inserção social – permitiram reduzir em sete pontos percentuais a proporção de população em risco de pobreza.

Aliás, é no grupo dos idosos que as pensões e subsídios mais contam: sem eles, 82 por cento dos residentes com 65 ou mais anos estaria em risco de pobreza.

“Tal como a escravatura e o apartheid, a pobreza não é natural. É gerada pelo Homem e pode ser combatida e erradicada pela acção dos seres humanos (...).”

Nelson Mandela

4 Comments:

Blogger Meg said...

Subscrevo o que diz Nelson Mandela.
Não é natural a pobreza.
E neste mundo de obscena abundância para tantos!

Beijinhos

1:07 PM  
Blogger António Inglês said...

Amiga

Solidário como sabes.
Um bom fim de semana
José Gonçalves

5:06 AM  
Blogger Maria Faia said...

Amiga,

Nós falamos, barafustamos contra a pobreza mas isso não chega. Temos que fazer muito mais, cada um à nossa medida.
A sociedade globalizada em que vivemos é demasiado cruel e desumana. Os cifrões imperam e, enquanto isso, os valores vão ficando descalços pelo caminho.
Triste realidade a nossa...

Beijinho e Bom Domingo.

Maria Faia

4:54 PM  
Anonymous Anonymous said...

ler todo o blog, muito bom

11:17 PM  

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