BIRMANIA
Monges budistas atacados em manifestação na Birmânia
Centenas de monges budistas e cidadãos marcharam ontem em várias localidades da Birmânia, em protesto contra a junta militar que governa o país. Em Sittwe, foram recebidos com gás lacrimogéneo pela polícia, e quatro deles ficaram sob prisão, segundo a Reuters.
A origem dos protestos, que já duram desde meados de Agosto, está relacionada com o aumento de 500 por cento do preço dos combustíveis, que está a fragilizar a já débil economia daquele país.
Yangon, outro local de protesto, viu 400 monges passar pelas ruas, sendo-lhes recusada, pelas forças de segurança, a entrada no Pagode de Shwedagon, onde iriam boicotar um rito religioso muito importante para todas as pessoas relacionadas com o Governo. Em Bago, o protesto contou com cerca de mil manifestantes.
Os monges tinham estabelecido a passada segunda-feira como limite para um pedido de desculpas formal por parte do Governo, por ter espancado vários manifestantes há duas semanas. A influência social dos monges budistas na Birmânia é enorme, e a junta arrisca muito, ao afrontá-los directamente.
"Os monges devem continuar a protestar até que o Governo peça desculpa", disse Win Min, um analista tailandês, à AFP.
Birmânia: Oposicionista Suu Kyi saudou em lágrimas monges budistas em manifestação
22 de Setembro
Rangum, 22 Set (Lusa) - A oposicionista birmanesa Aung San Suu Kyi, sob reclusão domiciliária há mais de quatro anos, saiu hoje da sua casa em Rangum para cumprimentar monges budistas que se manifestavam contra a Junta Militar, indicaram testemunhas.
Geralmente, forças de segurança bloqueiam a avenida onde se situa a residência de Suu Kyi, mas hoje excepcionalmente um milhar de manifestantes pôde passar diante da sua casa.
Aung San Suu Kyi, 62 anos, saiu de dentro da casa com lágrimas nos olhos em companhia de duas outras mulheres e foi cumprimentar os monges, alguns dos quais começaram a chorar, ainda segundo relatos de testemunhas.
Apesar de chover, os monges permaneceram diante da residência da oposicionista durante cerca de quinze minutos, dizendo uma oração:"sejamos totalmente livres de qualquer perigo, de qualquer dor, da pobreza e que a paz esteja nos nossos corações e nos nossos espíritos".
Cerca de 20 polícias tinham momentos antes retirado as barreiras que bloqueiam a avenida e não interromperam a procissão religiosa, segundo as mesmas fontes. Mal os monges partiram, as forças de segurança voltaram a encerrar a artéria.
Suu Kyi saíra da sua residência pela última vez em Novembro de 2006, altura em que a Junta Militar a autorizou a encontrar-se durante uma hora com um enviado especial das Nações Unidas, Ibrahim Gambari.
Aung San Suu Kyi, prémio Nobel da paz em 1991, está reclusa em casa há mais de quatro anos e foi privada de liberdade durante a maior parte dos últimos 18 anos.
A Liga Nacional para a Democracia (LND), partido que co-fundou em 1988, venceu por larga maioria nas eleições legislativas de 1990, mas os resultados foram rejeitados pelos generais no poder.
Desde o início da semana, jovens monges budistas aderiram a um movimento de protesto desencadeado em 19 de Agosto contra a Junta após o aumento em 50 por cento dos preços dos combustíveis e dos transportes públicos.
Hoje, cerca de um milhar de monges desfilaram pelas ruas de Mandalay, no centro da Birmânia, enquanto 2.000 outros o fizeram em Rangum, a maior cidade do país.
A marcha em Mandalay, que conta com numerosos locais de culto budistas e centros de educação religiosa, terminou sem incidentes, o mesmo acontecendo com a de Rangum.
JMS.
Lusa
7 Comments:
Caro Aramis, foi hoje a minha vez de vir conhecer o seu espaço.
E foi bom encontrar este aviso e denúncia da situação de feroz repressão que vivem os monges e os estudantes neste países de tão antigas tradições.
Os tiranos são iguais em toda a
parte.
Mostrar quem são e o que fazem é missão que nos pertence a todos.
Por isso, também gostei de aqui chegar.
Abraço.
Jorge G.
Amiga
A repressão anda sempre nas bocas do mundo, ora por isto, ora por aquilo.
Quando as coisas acalmam num sítio, logo outro aparece. Até fico com a sensação de que está tudo combinado... isto não pára?
Mas como diz o j.g."os tiranos são iguais em todo o lado" mesmo.
Beijocas
José Gonçalves
E não param as tuas denúncias... infelizmente, porque as as chacinas estão aí.
Esta situação na Birmania é particularmente revoltante, pois se trata de gente sobre quem os verdugos fazem questão em exercer uma repressão inexplicável e feroz.
Mais um vez estou contigo.
Um abraço
Infelizmente :(
Também eu vi a noticia
Seria tão bom a harmonia, a Paz...
Mas enfim...
Deixo um beijinho em ti
(*)
Amiga Aramis,
Tenho verificado a sua óptima escolha nos artigos do seu blogue.
Este é mais um assunto que todos nos devemos preocupar.
Tenho visto as notícias do que se tem passado na Birmânia, e estão a faltar tantos valores sociais naquele território.
Um abraço.
Olá!!!
Venho convidar-te a juntar-te aos muitos que vão escrever uma CARTA POR DARFUR!
http://eu-estou-aki.blogspot.com
:)
Gostei muito do tei cantinho! Volatrei!
Olá Amiga,
Juntemos a nossa voz à indignação de uns quantos que lutam pela Liberdade.
Infelizmente a tirania ainda vai dizimando este mundo em que vivemos pelo que, é importante que todos denunciemos tamanhas barabaridades contra os direitos humanos.
Um beijo Amigo
Maria Faia
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