Thursday, August 16, 2007

FAZ HOJE 30 ANOS QUE MORREU ELVIS PRESLEY




Only you, can make this world seem right
Only you, can make the darkness bright
Only you, and you alone, can thrill me like you do
And fill my heart with love for only you
 
Only you, can make this change in me
For it's true, you are my destiny
When you hold my hand, I understand
the magic that you do
You're my dream come true
my one and only you
 
Only you, can make this change in me
For it's true, you are my destiny
When you hold my hand, I understand
the magic that you do
You're my dream come true
my one and only you
 
One and only you...




“Recordo-me de que era jornalista da imprensa diária, há 30 anos, na altura em que me chegou a notícia da morte de Elvis Presley.

Recordo-me também de ter escrito um texto longo e comovido sobre o seu desaparecimento, que nada fazia prever, embora as pessoas que o acompanhavam, mesmo à distância, soubessem que era um consumidor inveterado de fármacos, o que podia vir a ter consequências trágicas e foi o que aconteceu.

Pertenço a uma geração que foi muito marcada pela música do Elvis embora, objectivamente, mais marcada pela dos Beatles e Rolling Stones ou Creedence Clearwater Revival. De qualquer maneira, a música do Elvis acompanhou-me sempre ao longo do meu percurso como homem, músico e escritor. E sinto que há em mim a marca de baladas como ‘Love me Tender’ ou de temas de referência para o rock como ‘Blue Suede Shoes’.

Aquilo que sempre me impressionou no Elvis Presley foi o facto de, não sendo compositor nem autor, ter criado um estilo único e absolutamente inimitável. E também de ter sido, e ainda hoje o reconhecemos como tal, uma das grandes vozes e vidas trágicas do mundo artístico do século XX a par do Carlos Gardel, Edith Piaf, Jim Morrison, Janis Joplin, Jimmy Hendrix ou da Billie Holiday.

Mas, no seu caso, pode dizer-se que ele já era um mito e uma lenda em vida.

A partir da tradição negra na qual se inspira durante a infância e adolescência, em Memphis, ele é uma ponte entre a música negra e a música branca. A sua música afirma-se na altura da massificação da música popular, nomeadamente, através do aparecimento do gira-discos portátil, portanto, na transição dos anos 50 para os anos 60.

O Elvis não foi um cantor muito ouvido em Portugal na década de 70. Quando morreu, em 1977, o país estava ainda na ressaca da Revolução e, por isso, ouvia-se mais outras canções e outros cantores, nomeadamente, os politicamente mais comprometidos. Eu, no entanto, nunca deixei de o ouvir, por isso, ao lembrar-me da efeméride decidi escrever o livro.

Independentemente do estilo, que muitos consideram ‘kitsch’ mas que tem a ver com uma cultura popular profunda tipicamente americana, ele é uma das grandes figuras artísticas de dimensão trágica do século XX.

Elvis é um homem infeliz e penso que a sua morte é fruto dessa infelicidade. Ele cresce sem a presença do pai, que tem problemas com a justiça e passa anos preso até se tornar seu manager, o que durou até à sua morte, mas a figura referencial é a mãe: a Gladys Love, que morre quando ele está no apogeu da fama e do reconhecimento.

Elvis não encontra estabilidade nem felicidade nas relações amorosas, tem uma corte que o segue para todo o lado, mas é um homem profundamente solitário e infeliz.

A dependência dos fármacos é de uma contradição enorme porque ele participava na campanha nacional contra o consumo de drogas ao lado do Nixon ao mesmo tempo que tomava quase uma centena de comprimidos por dia.

Ele é uma das grandes vozes do século XX e, não sendo autor nem compositor, foi um dos artistas que mais influenciou artistas e não artistas: do gingado ao penteado e à roupa, tudo era, essencialmente, espectacular.

Sendo profundamente americano, ele é de uma grande universalidade. Poucos artistas são tão cantados, tão ouvidos e tão imitados. Desde as Filipinas até ao Japão. Acho que essa foi a maneira que Elvis Presley encontrou de nos dizer que mesmo tendo-se ido embora, afinal, não foi! “

José Jorge Letria, escritor e vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Autores





3 Comments:

Blogger *Um Momento* said...

Linda homenagem esta:o))
Alguém que ainda hoje gosto imenso de ouvir
Parabéns por tão belo e bem elaborado post
Beijo de boa noite
(*)

5:53 PM  
Blogger António Inglês said...

Olá Aramis

Ao Elvis fiquei a dever alguns dos momentos mais bem passados da minha juventude...
A ele e não só...
Elvis nunca morrerá embora ande muito esquecido...
Uma grande beijoca cá do Minho...
José Gonçalves

4:52 PM  
Anonymous Greenville Home Theater said...

Good reading youur post

8:24 PM  

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